domingo, 29 de março de 2009

SOBRE CACHORROS E GATOS


Tive que passar uns dias com um gato pela primeira vez na vida (só pra esclarecer, estou falando do tipo peludo que não faz a barba e mia, ok?).
Não sei quanto a você, mas fui criada em meio a cachorros, muito cachorros. Foram sheepdogs, bassets, daschunds...yorks, pastores e vira-latas...
Cachorros são tão previsivelmente fofos. Até mesmo de um pitbull eu aprendi a gostar (mesmo depois de ele ter rasgado minha meia-calça de cima abaixo, foi excesso de carinho). Mas, até então, jamais convivera com um gato.
O gato não é um simples bicho. Ele é um felino, que te encara com aquele olhos - como dizer isso sem ser redundante? - de gato. Fica à espreita, rondando, esperando o momento de mostrar quem manda no pedaço.
Tamanha desconfiança me fez agir com cautela. Em território alheio, sabe-se lá quando você pode levar o "bote" e acabar arranhada de cima abaixo. Sequer a própria dona escapa (mandíbulas à parte, se fosse o pitbull, já teriam mandando sacrificar).
Então iniciamos o combate velado: ambos testando os limites um do outro, estabelecendo regras silenciosas e conquistando o respeito alheio. Tudo "por baixo dos panos" (no caso do gato, literalmente, pois notei uma certa preferência dele em ficar escondido embaixo dos meus lençois! Sacana...)para que a dona dele - minha amiga - não percebesse nossa disputa.
No início, optei pela força bruta. Fechei o quarto e era isso. Aqui você não entra, bichano. Não adianta, ele é rápido como só os felinos podem ser, e à menor fresta, ele se infiltra no ambiente e senta, lânguido e com olhar blasé, em cima do meu travesseiro. Jocoso.
Não é fácil vencer um gato se você está acostumada com o amor incondicional e ingênuo de um cão. Mas descobri que ele come lagartixas.
Desisti da estratégia extremada e cerquei territórios. Na mala você não mexe. estamos nos entendendo e acho que ele até ronronou pra mim.
Acho. Pode é ter reclamado e me mandado voltar pro meu devido lugar.
Gatos são charmosos e é interessante observá-los. Nem que seja do ponto de vista tático.
Mas a verdade é que gatos se acham e você só pode conviver com um deles se você for muito generoso e desapegado, e estiver ciente de que o território não é mais seu. É dele.
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Observação: Acredite se quiser, como se pressentisse a bomba que estou preparando para lançar nesse blog, botando em cheque a minha percepção do mundo felino, nesse exato instante, num ataque surpresa, ele pulou no alto do armário onde eu havia escondido todas as minhas coisinhas e quase me levou á loucura. Foi de propósito, tenho certeza. Golpe final.

segunda-feira, 23 de março de 2009

OS FURA-FILA


Poucas coisas me chocam mais do que o espertinho que fura a fila.
Antes de desenvolver o assunto, quero deixar claro: meu parâmetro são as pessoas normais, daquelas das quais se esperam atitudes condizentes com a sua intenção de conviver civilizadamente em sociedade. Excluo, portanto, os psicopatas, os loucos e os maus mesmo.
Retomando. Você está há horas (na verdade, são alguns minutos, mas o tempo é desproporcionalmente grande quando se está dentro no trânsito) aguardando, em fila única, a sua vez de fazer uma conversão à esquerda. Você está na fila, mas fica olhando pelo retrovisor, porque você sabe que algum metido a esperto vai surgir do nada, tirar um fininho do seu carro e embicar na sua frente. Parece até que ele passou rindo alto (pode até ser coisa da sua cabeça, mas é a sensação que dá).
Ou você foi à padaria e aguarda calado naquele calor ao lado do forno pela sua hora de ser atendido. E a perua sem noção chega falando no celular, fingindo que não te viu e vai logo pedindo 38 pães, 4 quilos de mussarela, 321 gramas (exatas) de peito de peru e tudo o mais que vê pela frente... Furona e sem noção!
Na prática, pode até não mudar muita coisa na sua vida. Serão apenas 8 minutos perdidos, talvez. Mas a sensação de frustração e raiva é enorme, você se sente pequeno e tolo – apesar de ser muito maior em hombridade do que aquela criatura.
O gesto pode ser pequeno mesmo, mas o furão representa aquela nesga de mau caminho, aquele ranço da falta de cultura que, se multiplicada, toma conta do mundo e acaba com as boas maneiras, com a civilidade, e com o último suspiro de paciência que nos resta no final do dia. É uma brecha que, se a gente não se esforçar pra fechar, se rompe e traz uma série de "escorregadas" socialmente inadequadas de tabela, num efeito cascata de condutas reprováveis (misconduct - ou mau comportamento - seria um bom termo). Não preciso dizer onde isso vai acabar: no Senado federal, onde, certamente, a grande maioria vai te passar pra trás...
É esse o simbolismo do furão: ele passa os outros pra trás (no caso da fila, literalmente).
Eu detesto o espertinho, mas tenhamos esperança. Lendo a entrevista da Bel Kutner na última Marie Claire, descobri o porquê. Ela conta que seu pai, o ator Paulo José (que, aparentemente, é uma pessoa com o coração de ouro) sempre lhe disse: “Mil vezes ser bobo do que ser esperto”.
É, afinal, a maioria ainda respeita a fila - símbolo óbvio do respeito à vida em sociedade.

quarta-feira, 18 de março de 2009

IT`S POKER TIME


Vivo um sentimento ambíguo. Você já ficou feliz por alguém que você ama, mas odeia essa felicidade também? Pois é...
Não me venha com amor altruísta. Aceito Jesus, São Francisco de Assis e, só pra, na dizerem que não sou contemporânea, Madre Teresa, ok. É bonito dizer que a felicidade do outro importa, sim, mas, na verdade, quem concorda?
Vamos aos fatos. Namorado viajando a Las Vegas. Jogar poker, é claro, faz sentido. Você acredita?
Quem namora um jogador (gambler soa melhor), acredita, é claro. Sequer é necessário acreditar: isso existe nele, não há nenhuma novidade.
Certo. Mas você não é um gorila no zoológico, alheio aos comentários externos. “O que acontece e Las Vegas, fica em Las Vegas”, é o que os amigos dizem. Minha resposta? Que bom, ainda bem que fica lá!
Obviamente, não sou imune ao ciúme, muito menos ao sentimento “vontade de matar quem não nos conhece e faz gracinha’, mas conheço a legislação penal e me seguro.
Passado esse momento de controlar minha própria ira, surge uma tranqüilidade infinita, uma sensação tão pura de que isso tudo é tão...é tão...mundano!
No fundo, é isso. Porque todos têm sonhos, e nossos projetos são simples assim: realizações de sonhos cultivados. Às vezes, sequer são tão bons, mas ao menos são vividos. E, quando se chega a essa conclusão – veja, sequer foi necessário entrar num transe espiritual – até essas pequenas coisas fazem sentido. Afinal, o que é o viver, senão realizar nossas (pequenas ou grandes) vontades?
É por isso que fico aqui, resignada (quem me conhece sabe o quanto dói NÃO pegar o avião), pensando que, afinal, eles também têm direito de se aventurar (embora eu, no fundo, quisesse que esse fosse um direito exclusivamente feminino, legalizado por plebiscito nacional). Não bastasse isso, vou concordar que o poker é ótimo. E é. Trabalha o raciocínio lógico, exercita a capacidade (psicológica) do blefe e ainda estimula a socialização. Como se não bastasse, pode trazer dinheiro pro leitinho das crianças.
Sim, torça por nós.

domingo, 15 de março de 2009

A MALINHA


No início, tudo é lindo. Você não dorme todos os dias na casa dele, afinal, você não é “dessas”. Assim, pra poder ficar alguns minutos a mais ao seu lado, vocês viram a noite e ele sai, sonâmbulo, pra te levar pra casa às 6h da manhã.
Com o tempo, contudo, as coisas mudam. Muitas, aliás, pra melhor. Você agora conhece a família, já convenceu seu pai de que já não tem mais 15 anos (na verdade, você é quase balzaca) e que pode, portanto, passar o final de semana na casa do namorado.
E é aí que uma companheira inseparável surge na sua vida: A Malinha.
A Malinha está sempre cheia com todos os apetrechos imprescindíveis para que você esteja apresentável em qualquer oportunidade: cremes para o rosto, corpo e cabelo, perfume, várias opções de roupa, sapatos, brincos diversos, enfim, artigos de primeira necessidade. Os homens não entendem que ir ao cinema ou pro bar bacana que abriu na cidade exige produções diferentes. Nem o brinco que “senta” com a camiseta pode ser usado com a blusa cheia de brilhos, simplesmente não combina! E caso ele resolva ir correr, você vai acompanhá-lo de scarpin??? Não esqueça de levar tênis e aquele conjuntinho bacana de suplex.
É claro que esse mini-armário portátil pesa. E não bastasse isso, você ainda carrega a sua bolsa, aquela em que cabe o mundo (o seu e o dele, porque ele sempre vai pedir pra você guardar o celular, a carteira e as chaves). Também tem o notebook, sem o qual não dá pra viver. Resultado: você virou uma árvore de natal malabarista e ambulante.
Sair do carro com tudo isso é uma arte. Exige técnica apurada, perfeita distribuição do peso e noção exata de espaço e tempo (pra calcular o momento de sair pela porta e deixá-la bater sem entalar na saída e tampouco cair de cara – e sem mãos – no chão). Passada essa fase, você tranca o carro (sua especialidade é apertar o alarme com os dentes) e ruma em direção à porta da casa. Evidentemente, apesar de você já tê-lo avisado, ele demora demais no banheiro e esquece que você está lá, na chuva, esperando pra entrar (você pode ter a opção B e possui a chave, mas ainda é mais fácil ficar parada pegando chuva e esperar abrirem a porta do que desenvolver a técnica avançada de virar a fechadura com o nariz). Enfim, você chega, sobe as escadas com seus 9 quilos extras, e ele não entende, é claro!, porque você está irritada. Como é que você pode esperar que ele entenda, então, como você espera o momento de morarem juntos? Ora, ele acha que é porque todas as mulheres são iguais, só querem casar.
É isso, baby, é isso. Faça tudo isso, uma vez só. E não precisa nem usar salto, ok?

sábado, 14 de março de 2009

Vontade de salvar o planeta


Quantas vezes você já parou pra pensar a ameba que você é, sentada na frente da tevê, vendo tanto problema nesse mundo, enquanto a sua bunda continua cada vezmais quadrada? Várias. E em todos esse momentos, não te dá uma vontade enorme de mudar o mundo, de ter poder suficiente pra acabar com tanta injustiça? E aí, o que você faz? Já sei: NADA!!!
Pois é, eu também, mas isso me irrita um pouco. Então resolvi tomar uma atitude radical: dei um clique no computador e me cadastrei no Greenpeace. Só isso já me deu a sensação de que o mundo está um tantinho mais saudável e que, bem talvez eu já tenha conseguido salvar um arbusto da Amazônia. Ué?
Você pode ser colaborador filiado e contribuir com a causa, ou ajudar da forma que der.
Sou um ser verde agora, então ajudei encaminhando uma carta pro Presidente Lula, a favor de uma série de medidas ambientais positivas a serem seguidas pelo nosso governo.
POsso ser só mais uma. Mas sou uma a mais, e, aos poucos, isso pode fazer alguma diferença.
Vai lá também: http://www.greenpeace.org/brasil

sexta-feira, 13 de março de 2009

O PODER DO DINHEIRO


Não há liberdade tão verdadeira como a liberdade financeira. Eu sei que isso não soa poético, mas a verdade nem sempre desce redondo.
Ninguém precisa ser rico pra ser “livre” (nesse sentido, veja, porque a escravidão, me disseram, já acabou), mas é necessário que entre o suficiente pra bancar os próprios sonhos, sem ninguém ter que questionar se você pode ou não. Mesmo que isso signifique entrar no cheque especial.
Conheço uma menina cujo sonho é botar silicone. Não questione sua decisão, sonho é sonho e ninguém tem nada com isso. Ela é linda, mas encasquetou que suas amigas loiras, de olhos azuis e peitudas chamam mais atenção (só quero deixar claro, essa podia mesmo ser a minha história, porque tenho várias amigas Barbies assim). Todo mundo acha uma bobagem, que não precisa, que ela tem um rosto lindo, que ela ponha o airbag duplo depois, blá-blá-blá. Ok, ou você tem peito, ou tem a auto-estima bem robusta. Mas e daí se a guria quer ir atrás dos seus peitos, herrrrr, quer dizer, sonhos?
Só que isso implica em $$$, o que requer esforço (a não ser que você seja herdeira – cargo, aliás, ao qual já me candidatei para a próxima encarnação. Entra na fila!). Vai explicar pro gerente do banco que você precisa de um empréstimo porque o seu ego anda abalado...
Por outro lado, já dizia Janis Joplin que “freedom is just another word for nothing else to lose”. E agora? Por outro lado, em um mundo tão dinheirista, livre é aquele que nada tem a perder? Ali, você está sendo contraditória!
Que nada! Minha teoria é que se você nada tem a perder, você ganha muito mais: ou porque tem talento e se permite correr atrás das oportunidades; ou porque há algo muito maior em jogo e que, bem, não tem preço.
Dizem que o desapego, aliás, é uma das orientações do budismo, no caminho da felicidade. Eu acredito mesmo nisso, embora o meu ser ainda não esteja preparado pra abrir mão de óculos de grife, roupas bacanas e outras coisinhas tolas que me fazem felizes. Ah, quanta involução nessa minha alma!...

quarta-feira, 11 de março de 2009


Quem me conhece sabe que sou eclética mesmo pra música. Na verdade, gosto de qualquer coisa que toque de verdade o coração, e isso pode ser desde Beatles a Ramones, Carla Bruni, Pachelbel ou Vitor e Leo. E é a esses que edico esse post. Como é que pode não fazer sucesso uma baladinha sertaneja com esse refrão:

"...Não sei dizer o que mudou
Mas, nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu"

Todo mundo se identifica, rima e essas borboletas ainda têm algo poético.

Agora, vamos combinar...Isso não te lembra aquela frase que já rolou muitas vezes pela internet nos últimos 08 anos (tipo, quase desde que a rede existe na nossa vida): "Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela" (D. Elhers)

Tudo bem, também não dá pra esperar tanto do Vitor e Leo, né? Basta que estejam tocando alto na minha caixa de som.

GLUTEN FREE


ALIFLOWER TAMBÉM É SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA!
Você sabia que a intolerância ao glúten é mais séria – e também mais comum – do que você imaginava? SE é que você algum dia já pensou nisso. Nem eu.
Pois, recentemente, uma amiga me contou que descobriu ter intolerância a glúten. Aliás, muito pior: Me contou que é celíaca. Argh! Que nome horrível!
Talvez por isso a grande maioria das pessoas leigas nos assuntos de saúde ainda não abriu os olhos para essa doença. Porque impressiona o fato de que, apesar da obrigação legal para que TODOS os alimentos industrializados informem se contêm ou não glúten, em vigor desde 2004 (Lei 10.674/2003), ainda não tenha havido uma reação forte do por parte da sociedade para incentivar a não utilização de glúten.
Trata-se de uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos (ou seja, você pode ter e não saber) e crianças geneticamente predispostos, ocasionada pela ingestão de alimentos que contêm glúten, ou seja, qualquer coisa que tenha trigo, aveia, centeio, cevada e malte. Peraí? Isso não é, tipo, tudo? Ou quase?
De fato, foi exatamente essa peculiaridade que me assustou, já que o único tratamento possível é a restrição total a tais ingredientes.
Gente, pizza, pastel, salgadinho, cerveja, massa, pão, comidas mais do que enraizadas na nossa cultura alimentar passam a ser vetadas. Principalmente porque é raro – e caro! – o alimento feito com farinha sem glúten (como, por exemplo, de milho). E, em alguns casos, não basta comer menos, simplesmente não se pode comer qualquer coisa que contenha ou que tenha passado perto de glúten (nem inventa de tomar um suquinho naquela tulipa de ceva, é diarréia na certa!). Veja, a dieta do celíaco praticamente impede uma vida social normal. Principalmente porque a oferta de produtos voltados para esse público é parca!
A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado o que, consequentemente, ocasiona prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
Não sou médica, mas sou “ratinha” da internet e descobri que a doença celíaca é a doença genética mais comum da Europa (na Itália, 1 em cada 250 pessoas tem a doença; na Irlanda, 1 em 300), mas ainda não há estatísticas no Brasil. O site da Associação dos Celíacos do Brasil (http://www.acelbra.org.br/2004/doencaceliaca.php) diz que a doença atinge cerca de 1% das populações que falam línguas indo-européias, mas o número pode ser maior, porque muitas pessoas são não-diagnosticadas.
Ok, não quero semear o pânico, mas apenas abrir os olhos da sociedade para esta doença (ou quem sabe sensibilizando os “oportunistas”- no melhor dos sentidos – pode haver aí um nicho de mercado bastante rentável?) e ajudar as pessoas que, como a minha amiga, terão grande dificuldade de comer por aí porque é praticamente impossível controlar se o seu franguinho foi feito na mesma chapa por onde passou um bifão à milanesa.
Nada contra a farinha de trigo. Mas será que ela é tão necessária que sua substituição não pode ser, ao emnos, estimulada por outros tipos similares, mas não prejudiciais, pra esse contingente de pessoas?
Juntem-se à campanha NO GLUTEN FOR THE PEOPLE! GLUTEN FREE!
(mais informações também em http://www.celiaco.com.br)

domingo, 8 de março de 2009

Mulheres, o Ministério da Saúde adverte!...


Hoje é nosso dia. Atualmente, acho a data já um tanto sem razão de ser, mas como tudo, pra mim, merece ser comemorado...Por quê não?
Relembro um post já publicado, porque creio que um dos grandes entraves da mulher contemporânea continua sendo apenas ela mesma e a sua relação com as outras mulheres. É sério.
Então não custa relembrar: ter amigas faz (muito) bem pra saúde. A Oxitocina - um hormônio que, inicialmente, serviria apenas para ajudar nas contrações do parto e na amamentação - também é responsável pelo profundo vínculo que se forma entre amigas. Em situações de risco ou de estresse, a mulher tende a buscar a proteção (emocional?) das outras mulheres, de forma que há uma redução desses sentimentos doloridos, com a produção de um efeito calmante. Nos homens, estas reações não aparecem porque a testosterona tende a neutralizar os seus efeitos, enquanto os estrógenos femininos aumentam a sua produção. Ato contínuo, haveria a redução dos riscos de doenças ligadas à pressão arterial e ao colesterol - e essa pode ser uma das razões pela qual a gente tende a durar mais...
A conclusão é que ter amigas nos ajuda não somente a viver mais tempo, mas também a viver melhor, e que quanto mais amigas tem uma mulher, maior a probabilidade de ela chegar à velhice sem problemas físicos.
Se você é das que já sabiam disso na prática, não deixe de incentivar esse hábito, que faz bem pro corpo e pra mente (convenhamos, rir com as amigas faz maravilhas). Mas se você ainda é do time que acredita que amizade verdadeira entre mulheres não existe e, pior, tende a boicotar o sexo oposto, saiba que não contar com amigas próximas pode ser tão prejudicial para a saúde quanto à obesidade, o tabagismo ou o sedentarismo. Será que esse argumento poderá, finalmente, começar a diminuir a competição imposta entre as próprias mulheres?
E também há uma grande legião de mulheres que abdica de seu próprio círculo de amizades para imergir na vida de seu companheiro, para dedicar-se exclusivamente aos filhos, ou mesmo pela velha desculpa de que “não tem tempo pra nada”. Abrir mão dessa convivência tem, comprovadamente, conseqüência maléfica à sua saúde! Mais que isso, privar-se das relações mantidas entre amigas – tão alimentadas na adolescência, mas relegadas ao segundo plano na maturidade – ainda é profundamente prejudicial à individualidade. E, não tenha dúvida, constitui uma triste perda de fonte de alegrias e prazer, o que só por si já bastaria para tornar a vida mais feliz – com oxitocina ou não.

sábado, 7 de março de 2009

Tô me achando!


Preciso dividir essa, porque tô me achando.
Uma das minhas tias, a Mônica, que é a Secretária de Cultura do estado, entregou pra Yeda - siiiiiim, a Governadora!!!! - a edição de fevereiro da South Star, pra mostrar a crônica que eu escrevera ("Mãos de Tesoura"), em que me referia a ela. Diz ela que a Governadora leu, adorou, riu e saiu com ela embaixo do braço.
Ai que emoção! Será que ela vai virar minha fã? Kkkkkkkkkk!!!!
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Obs: Aliás, todo mundo sabe que eu tenho uma familia maravilhosa. Além disso, conto com tias fantásticas (e modernérrimas) que acompanham o blog e me incentivam muito. Beijão, tia Inêz! Adorei tuas observações!

MOVENDO MONTANHAS


Sempre acreditei que, antes de tudo, há o amor. Em suma, que amor gera amor, amor com amor se paga ou, como diziam os Beatles – não por acaso, estas é minha frase preferida – “and in the end the love you take is equal to love you make”.
Contudo, um mundo só de paz e amor pode ser ilusoriamente lindo. Mas é parado. Estático como um empecilho à evolução. O amor não move montanhas. Ele alimenta as árvores que a sustentam.
Pequenas experiências na vida ensinam que a raiva, por exemplo, nos faz avançar. Recentemente, um estudo comprovou que os profissionais que sentem raiva e que a usam de maneira sábia (vale dizer, em favor de si mesmo, e não contra os outros) têm mais condições de crescer no seu ambiente de trabalho, se comparados com os conformados ou com os irados.
De fato, reparar injustiças, conseguir seu lugar ao sol, fazer valer a sua idéia, tudo isso pode ser o gerador desse sentimento que, esse sim, move pra frente aqueles que o utilizam com sabedoria e coerência.
Não se pode impedir a pessoa de lutar por condições melhores para si própria – financeiras, emocionais, profissionais, etc. – pois isso seria negar um instinto primordial em todas as espécies: não só o da sobrevivência, mas também o da prevalência.
Sim, ser forte é um objetivo nobre. Se não do ponto de vista pessoal, no mínimo o é do ponto de vista evolutivo: assim vamos qualificando a espécie, sempre buscando nossa melhor performance. Você pode querer ganhar o campeonato de Mr. Músculo ou a Copa do Mundo de Xadrez, não importa. Basta que esteja buscando o melhor de si. Em qualquer um dos casos, não basta só amor, são também necessários outros ingredientes: garra, paz de espírito e, por quê não, também raiva de pensar que você pode não ganhar, ora bolas! Já pensou se o cara entrasse pensando “tudo bem se eu perder, o amor é lindo”. Poderíamos não ter disputas, mas tampouco teríamos vitórias.
Por isso, não se repreenda quando a raiva lhe subir à cabeça e você ficar quase verde. Respira fundo, pensa que isso é positivo – afinal, você está REAGINDO. Conta até 10 e aí direciona essa energia que surgiu do fundo do seu estômago (convenhamos, há algo ali, a raiva nos deixa embrulhados) para aquilo pelo qual você acredita e vá à luta! Pensa na raiva como uma mola propulsora pra um salto que te levará a uma nova fase.
Só não esqueçamos o amor. Por que talvez, dentre todos, forte mesmo seja quem o tem no coração, de verdade.

Eu jogava genius e pulava de pogobol



Eu ia escrever sobre essa polêmica envolvendo a delirante Igreja Católica x mãe/médicos da menina estuprada. Sim, ia discorrer sobre os valores envolvidos numa situação tão grave e cruel. Acho que os bispos estão insanos e que tampouco têm qualquer noção da realidade do mundo onde vivem. Mas aí...

...Aí comecei a ouvir a minha listinha "eighties"! Mudei o foco, porque o coração aperta sempre. Você já foi adolescente, vai entender, quer ver?

- "...someday when my crying`s done I`m gone wear a smile and walk in the sun..."(Aha, "Crying in the rain"a música do beijo da Laka)

- "That you give me no reason why youre making me work so hard
That you give me no
That you give me no
That you give me no
That you give me no
Soul, I hear you calling
Oh baby please give a little respect to me ("A little respect - Erasure)

- "Go! Don`t you gooooo, stay with me one more day..."(Stay - OINGO BOINGO, o melhor nome de artista inventado na década de 80, ganha disparado do 2o lugar, Milli Vanilli)

- "Everytime I see you falling I get down on my knees and pray..."(Bizarre Love TRiangle - New Order)

A Santa Igreja Católica que fique pra amanhã, porque existe há tantos séculos (dizendo loucuras, é verdade) que um dia a mais, um a menos, não importa mais. Enquanto isso, uma menina de 09 anos luta pra recompor a sua infância destruída - se é que isso será possível. Porque, diferentemente da gente, essa criança não terá mais a inocência permitida a só aqueles que ainda são puros de verdade (mesmo na sua doce crueldade): as crianças. Felizes das que, como nós, puderam jogar Genius e brincar com pogobol, barbie, falcon, playmobil...

quarta-feira, 4 de março de 2009

BALDE DE ÁGUA FRIA...


...É MUITO BOM! Ou melhor, uma ducha de água fria é energia a jato!
Se você é brasileiro, é meio caminho andado para ser limpinho e cheiroso, porque temos esse costume de tomar banhos, banhos, muito banhos. Essa é uma asseadíssima herança de nossos índios. De fato, com tanto calor e tanta água limpa ao seu redor (imagine que, naquela época pré-colonial, o Tietê era cristalino e não havia dúvida alguma que a praia de Copacabana não era interditada para banho), e com tão pouco pudor que tinham em desfilar seus corpos nus por aí (convenhamos que aquilo não era muito bonito, mas era autêntico), era só um pulo pra dentro d'água. Literalmente.
Séculos se passaram e a mania do banho não nos larga.
Minha dica, contudo, é pra você deixar o aparente conforto da água quentinha no lombo e tomar, no final do banho, uma chuveirada de água gelada. Tipo radical mesmo, pra dar aquele choque.
Não sei se há alguma restrição médica para a utilização desse método (se ficarem gripados, a culpa não é minha, mas do seu sistema imunológico, pois eu tô aqui inteirinha). Mas é tiro e queda pra curar aquele estado de espírito arrastado de início de dia...
Além de energia pura entrando pelos poros, dizem que o choque térmico ativa a circulação. Pode ser por isso que o cérebro pegue no tranco (até o fluxo de sangue andava meio parado...) E o melhor ainda está por vir! Além de ser ótimo para fechar as cutículas capilares (e proporcionar brilho extra), parece que a técnica, por ativar a circulação (novamente ela) auxilia contra a odiada celulite!!!
Será? Você lembra se as índias tinham celulite?

terça-feira, 3 de março de 2009

A lição do Jacarezinho de Parede


Não faça troça de alguém tenha medo, quase pânico, de avião, de assalto, de estrada, de vírus. Ao menos são coisas que, em maior ou menor grau, podem botar a sua vida em risco.
Pois eu vou dizer: tenho pânico, horror de lagartixa. E se forem aquelas filhotinhas, pior ainda! Elas ainda não estão completamente desenvolvidas, e, portanto, têm menos cola naquelas patinhas grudentas. Essa é a única explicação plausível pro fato de elas viverem despencando perto de mim (ou elas apenas estão querendo chamar a minha atenção).
Pois ontem cheguei ao limite, não posso mais viver assim, refém de uma...de uma LAGARTIXA BABY!!!!
Já ando dormindo mal, mas depois que vi a diaba de cabeça pra baixo, com aquelas patinhas semi-flexionadas (não parecem?), me encarando e certamente pensando: “ó, mamãe, só com uma patinha, huahuheuaaa” (e levantando as outras três, louca pra desabar em cima de mim), fui obrigada a levantar acampamento e me mudar de quarto.
Gente, eu me mudei de quarto por causa de um réptil de 5 centímetros!!! E ainda arredei a cama do outro quarto pra longe da parede, onde estamos mais suscetíveis a...bem, você sabe, a Elas! E dormi com a luz acesa pra poder fiscalizar o teto e pegar no flagra alguma lagartixa intrusa e pára-quedista que ousasse se aventurar por ali (sim, caso ela goste de esportes radicais, o risco de se atirar em cima de você é ainda maior)!
Vejam o grau de desespero a pessoa chega, a que ela se submete por medo??? Engraçado? Isso é só um exemplo patético de como podemos nos tornar escravos dos nossos próprios temores e ser por eles completamente dominados.
Veja, eu já ouvi toda a cartilha do “Simpatizante de lagartixa”: ela é inofensiva, não pica (nem morde), come mosquitinhos e até aranhas marrons e sequer tem veneno, bactérias ou fungos que nos sejam prejudiciais. E ainda foge quando chegamos perto!
Sim, meu lado esquerdo do cérebro reconhece essas informações, mas o direito não cede, ele detesta as coisinhas grudentas.
Não sei em que momento da vida criei esse trauma, mas deve ter sido em alguma das vezes em que nos confrontamos fisicamente: eu x lagartixa.
A consciência de nossas fraquezas, contudo, é o primeiro passo para nossa vitória. Então estou decidida e confiante: na próxima vez em que nos confrontarmos, não arredarei o pé do meu território.
O que não nos mata, nos faz mais forte, afinal. Pense se você também não tem algum medo assim pra superar e junte-se a mim nessa batalha (contra si mesmo, não contra a lagartixa).

segunda-feira, 2 de março de 2009

O RONCO DA DISCÓRDIA


O que pode ser mais irritante que o ronco? Não o ronco da sua vó, do seu pai, nem mesmo do seu vizinho. Estou falando do ronco do seu namorado. Nem o do cachorro gordo e babento tem tamanha capacidade de irritar.
Não é apenas o barulho – que, por si só, já é quase grotesco -, mas o contexto que o cerca. Em geral, o ronco do namorado é antecedido por uma noite mal dormida. Obviamente, você não fez parte dessa noite, porque senão vocês teriam dormido cedo e ele estaria descansado. Não. Ele virou a noite (não sei como, coitado, ele está sempre tão esgotado com o trabalho!) jogando e bebendo. Bebendo muito. Bebendo de uma forma incompatível com a quantidade de vezes que ele reclama porque você está passando do número de taças de champagne que ele supõe adequado (momento em que você quase o confunde com um monge tibetano abstêmio – não falei em padre porque até estes bebem vinho).
Evidentemente, tanta bebida só tem um tipo de acompanhamento (além dos aperitivos gordurosos que foram ingeridos junto): os amigos do peito. Nenhuma excitação (eeeeei!, sem interpretações maliciosas!) é tão grande quanto à felicidade de encontrar os amiguinhos (mais um pouco, você consegue quase vislumbrar um rabinho abanando nas suas costas...)
O ronco aumenta gradativamente, num crescente que dá a sensação de que um alien vai ser expelido para fora do estômago (eca!). E como se não bastasse ter que usar travesseiros a prova de som para vedar os ouvidos, de repente você sente aquele corpanzil despencando por cima de você – e, pior, sem intenção de coisa alguma – braços pra um lado, pernas abertas, esticadas, ocupando cada pequeno centímetro da cama. Você, que já está craque na arte de se contorcer e caber num pequeno espaço entre o queixo dele e o dedão do pé (não me pergunte como, mas a prática é algo que leva à perfeição), se acomoda, finalmente.
Aí ele acorda pra ir ao banheiro (afinal, foram 20 litros de chopp), o que vai acontecer, pelo menos, mais um 4 vezes nas próximas 3 horas que ainda restam para dormir (você já passou as outras 5 apenas tentando).
Até que, enfim, você descobre um cantinho debaixo do braço dele, se aninha, e se vê olhando pra aquele rostinho de anjo (anjo???) lindo e sereno (mas de boca aberta, é verdade).
Acredite, agora quem baba é você, darling! Ou alguém duvida do gênio que disse que a raiva é o sentimento mais próximo do amor?