sábado, 28 de fevereiro de 2009

Da série "A fórmula da juventude" - PUBLICADO NA REVISTA SOUTH STAR - novembro 2008


VIAJAR É PRECISO...e se deixar levar também. Passei dias fantásticos em missão especial: Levar minha irmã para Londres, entregá-la às autoridades inglesas (veja bem, fazendo-a passar pela imigração fazia parte do pacote), ensiná-la a pegar o metrô e escoltá-la até a residência onde ficaria com algumas meninas e certificar-me de que ela estaria bem alimentada, num lugar seguro, com pessoas “de bem”, etc., etc. À primeira vista, admitamos, a tarefa seria das mais agradáveis. Mas nem tudo foram flores: Após quase ser atropelada (como sempre – afinal, é preciso uns 3 dias pra lembrar que o carro vem do lado oposto!), o frio londrino já estava rascante em pleno outono, o quartinho das meninas era um muquifinho sujo e sem calefação, dividimos uma caminha de solteiro (dormindo feito conchinha) dormindo enroladas em sacos de dormir e, bem, a internet elas pegavam “emprestada”do vizinho, penduradas na janela. Resultado: rejuvenesci 5 anos em 5 dias. Nada como não ter grandes pretensões, deixar-se levar pelo imprevisto, curtir as mínimas bobagens e não se estressar com aquilo que, vamos combinar, não é digno de stress. Saiu bem mais barato que creme per yeux de caviar do Mar do Norte e hotel 6 estrelas com massagens diárias. Acreditem, o segredo da juventude, tenho certeza, não são pílulas mágicas. Missão dada, missão cumprida.

Fiquei noiva!!!! E agora???


Ninguém tem dúvidas de que marcamos o casório com antecedência, coisa e tal. Mas isso foi só por uma questão prática. E, claro, porque ele já havia pedido a minha mão pro meu pai (ok, meio bêbados, mas emocionados - não importa, o fato é que eu não seria tão moderninha assim).
O fato é que meu nada romântico namorado suou em bicas pra perguntar se eu queria mesmo casar. E sabem o que é mas fantástico? Apesar de ser praticamente certo que o casamento vai sair, lá no fundo eu acho, de verdade, que havia um pouquinho de dúvida. Sério. Rituais são imprescindíveis, mesmo que ninguém saiba porque.
O pior (ou melhor) é que metade da torcida do flamengo já sabia, só eu que não. Até a fingida da minha mãe. Minha própria mãe!!!!
No fundo do meu coraçao, me toca saber que, apesar de toda a minha "pró-atividade", essa foi uma atitude dele. Só dele e no momento dele. E do fundo do seu coração.
Sabem o quê? Adorei ser enganada assim (eeeei, só assim!) Foi a coisa mais bacana, até o garçom se emocionou e vai pedir a namorada em casamento!
E assim acaba a minha noite feliz: além de ter o homem da minha vida ao meu lado (no momento, jogando um "romântico" XBox), saber que o amor se espalha pelo ar me faz cada vez mais imensamente poderosa, com um capacidade de disseminar o amor pelo mundo, de uma forma que nem eu sei explicar. Acreditem, ganhamos bolo no restaurante, e sequer pagamos o estacionamento porque saí falando pra todo mundo que noivamos. Brega? Muitoooo! Divertido? Muito mais! Todo mundo quer um pouquinho de amor nesse mundo. Espero que, por meio desse post, você (que, eu sei, já tem muito amor ao seu redor) lmembre do poder do seu sorriso, da sua capacidade de fazer o outro (o garçom, a recepcionista, o manobrista) feliz pelo simples fato de trazer algo de bonito pras das vidas. Simples assim. Afinal, amor com amor se paga. Tô falando sério.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O começo do ano está aí!


Aproveitem o último final de semana de moleza! Segunda-feira, os "tubarões" já estarão aí pra nos pegar!
Obs: Não contem pra ninguém, mas já tô louca pra que comece o ano de verdade, com uma rotina mais estabelecida, finais de semana em Porto...Isso tudo, claro, até o final de março (o mês que não acaba nunca), quando já estaremos todos aguardando - adivinhem? - dezembro!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ALALAÔOOOOO!!!!


























Aposto que nem no desfile da Salgueiro estava tão animado!
Mais uma vez, reunimos um grupo de foliões animados (ou "fortes", em bom caçulês) que varreram a noite - e o salão - da casa dos Machado.
Se antes gostávamos mesmo era de ir na Saba, Sapt, Sava...Depois passamos a ir no Ibiza (antes fosse pra Ibiza!), subimos alguns quilômetros pra Santa Catarina, badalação no Pirata, botando a Brava abaixo, agora nossa diversão chega a ser quase frugal...
Saudade? Que nada!
Dj com vasta experiência, barman de alta categoria, figurinos aprumados...Na apuração das notas, talvez alguns digam que não tenha sido bem assim, mas os que estavam presentes certamente se divertiram como se estivessem no Copacabana Palace (aliás, provavelmente muito mais, até...só é uma pena que não pudemos contar com a presença louca da Narcisa Tamborindeghi).
A festa foi até depois das 5h, com gente dançando sem sapato ou em cima do sofá.
Fato é que bom mesmo é poder ser divertir ao lado dos amigos. E nesse quesito, fomos 10!!!!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Eterno aprendiz



Em que momento da vida nos convenceram de que ficamos velhos demais pra tomar banho de chuva? Quando foi que afirmaram ser prejudicial à saúde aprender uma língua nova depois dos 50? Há algum estudo científico que comprove que arriscar os primeiros passos de balé agora que você virou balzaca compromete a sua saúde? Claro que não!
Ainda assim, na medida em que crescemos, ficamos chatos. Não me leve a mal, não é nada pessoal – afinal, eu nem te conheço, com todo o respeito. Aliás, salvo para a fase em que realmente espichamos, “crescer” sequer seria o verbo adequado. Primeiro, porque depois de uns anos, parece que encolhemos (acho que ainda não cheguei nessa fase, contudo). Segundo, porque a gente não cresce: a gente ENVELHECE.
É fato que o envelhecimento é um processo biológico natural. Mas são nossas células que se debilitam, não nossa alma. Pelo contrário. Quanto mais se vive, maior ela – a alma – se torna.
Daí que descobri a fórmula da juventude. Contudo, ela é tão óbvia que sequer me permito as glórias dessa conclusão. Até porque conheço pessoas fantásticas que, bem antes de mim, me mostraram o quão jovens, lindas, interessantes e, sobretudo, felizes podem ser aos 30, 60 ou até mesmo aos 90. Não há limite.
Estou longe da terceira idade pra conhecer as dificuldades trazidas pelo tempo. Mas sei que o que não nos mata nos faz mais forte, e é assim que tais pessoas se fortalecem a cada novo desafio, a cada experiência inédita que se permitema viver.
Tenho um primo médico com mais de 40 anos que brinca de helicóptero no Parcão; uma tia-avô que come ostras e champagne aos 95. Meu pai ainda pensa que é adolescente e cria formas mirabolantes de conquistar as namorada (sim, que vem a ser a Sra. minha mãe) há mais de 30 anos. Viajar pelo mundo sozinho e concluir que você pode se expressar em chinês (fazendo uso de mímica, é verdade), descobrir um novo talento dentro de você (ou até mesmo aceitar o músico péssimo que você é e ficar feliz por ter escolhido a advocacia). Experimentar, errar, tentar de novo, desafiar, vencer.
É cientificamente comprovado que o cérebro se habitua com nossos atos diários, banalizando-os de tal forma que sequer os registra. Tudo fica simplesmente repetitivo, como ir ao trabalho pela mesma rota, diariamente (ou você se lembra que faz isso todo-santo-dia?). Transporte isso para todas as áreas da sua vida e, voilá, como você ficou sem graça!
Nada contra aos que se apegam demasiadamente ao cotidiano. Mas jovens são aqueles que se engajam em novos projetos diários, ampliando seu conhecimento, descobrindo mundos, desbravando horizontes.
Não por acaso, Fernando Pessoa dizia que navegar é preciso. Com todo o respeito ao poeta, eu ainda complementaria (embora sem a mesma elegância): “senão você afunda”.

PENSAMENTO DO DIA


"FALAR DE MIM É FÁCIL
DIFÍCIL É SER COMO EU"


(pensamento mega profundo de pára-choque de caminhão. ADOREI!)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

COMER, REZAR, AMAR


Só o nome do livro já é ótimo (especialmente a parte de comer e amar, com todo respeito à minha querida Nossa Senhora Milagrosa), mas lê-lo ainda é mais delicioso. Segundo a escritora Elisabeth Gilbert, "quis explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas".
Ok, é livro do tipo "mulherzinha", mas ao menos a nossa heroína não passa tentando conquistar homem algum durante 400 páginas. Pelo contrário, ela busca (re)conquistar o controle sobre si mesma, numa aventura fascinante pela Itália, Índia e Indonésia (vamos combinar que só o roteiro já não é nada mau...) para um período sabático. Acho que só pelo fato de alguém de verdade poder realmente fazer isso já encanta. Contudo, essa jornada se torna ainda mais interessante porque a autora/protagonista escreve de forma táo bem humorada e espirituosa, que parece que as experiências vividas(todas elas muito sensoriais, digamos)estão acontecendo com você (ou eu estava muito relax de férias e consegui fazer a "conexão" espiritual com a escritora). Vão rindo, mas o livro é assim mesmo. Depois a gente conversa. Em outra dimensão, talvez. O livro acaba sendo profundo sem ser complexo nem denso. E ainda por cima, é divertido. Fez tanto sucesso que já teve os direitos comprados para filmagem, cuja estrela será ninguém menos que Julia Roberts.
Vontade de comer um spaghetti em Roma. Hummmmmm...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Você é o que você é (ou "I am what I am", imagine a Gloria Gaynor cantando)


Eu simplesmente AMO quando algum amigo me envia um texto, um pensamento, uma observação, enfim, porque achou interessante por qualquer motivo. Aí não resisto e fico com vontade de compartilhar...
Hoje recebi esse mail da Vá, com a transcrição de um texto da Clarice Lispector e uma observação de que "Não existe correção num relacionamento. Todo mundo é o que é. Que mania nós temos de querer dar uma "ajeitadinha" no outro.

Vale a pena ler e reler...Afinal, diz um prvérbio indiano que mais vale viver uma vida imperfeita, mas original, do que viver uma cópia perfeita da vida de alguém (é mais ou menos isso, mas deu pra pegar a idéia, né?)

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável,para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o quelhe pertence é tudo o que sua vidaexige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é terdesistido de si mesma. Gostaria mesmoque você me visse e assistisse minhavida sem eu saber. Ver o que podesuceder quando se pactua com acomodidade da alma". Clarice Lispector

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A PERDA


E então me deparei com a Morte. Mais uma vez. Não que ela tenha vindo em minha busca – aliás, (felizmente) ela não me dá muita bola. Mas ela passou por aqui e levou um ser querido.

Perdi poucas pessoas amadas, sou uma felizarda. E talvez por isso mesmo a Morte ainda me assuste tanto. Talvez, coitada, não seja culpa dela, mas de sua irmã gêmea, inseparável, a Perda. A Perda é muito mais cruel, porque a Morte vai, e a Perda fica. Ela fica machucando você com todas as lembranças e expectativas que, bem, que você perdeu.

Pensam que a Morte é violenta, mas acho que a Perda é muito pior. E embora a Morte seja inevitável – ou talvez por isso mesmo com ela a gente se conforme – a Perda, às vezes, aparece até mesmo sozinha, do nada, nos leva algo precioso e nos deixa ali, perdidos.

“Perdido”...Qual é a origem dessa palavra? Se alguém souber, me avise, mas acredito que seja filha da Perda.

Meu medo da Perda é tão grande que, volta e meia, me pego com os olhos cheios de lágrimas, pensando em tudo aquilo que eu não quero perder nessa vida. É duro, acho que devo pensar menos nela, tentar explicar que eu ainda não a quero (ou melhor, que não a quero mais, ao menos por enquanto, por aqui). Ela vai ficar magoada, isso é certo, e vai me rogar pragas dizendo que ainda me pega. Maldita. E lá vou eu, agarrar-me à minha santinha, depositando ali toda a minha fé (e cada um tem a sua, isso é o que importa).

Uma vez, disseram-me que uma separação é uma morte em vida. Não tenho dúvida disso, pois sou apegada ao que faz parte da minha. E não consigo, por mais medo que sinto da Perda, pensar que são felizes aqueles que a nada se apegam – até hoje, acho que esse é o grande equívoco do budismo. Se você não se apega, o que faz aqui então?

É certo que não devemos maximizar o apego a coisas inúteis, mas falo daquilo que nos dá de volta, que ocupa seu lugar em nossa vida. Nossos familiares, nossos amigos, alguém que passou pela sua vida e deixou, em algum momento, uma marca na sua história.

Prefiro seguir o que diz o Rei, e sofrer e sorrir, mas saber que algo foi vivido porque foi, enfim, sentido de verdade. O problema é que a Perda atinge mais profundamente aquele que mais sente. Parece que ela até prefere os mais sensíveis, essa sacana.

Mas não desanime, não embruteça só por causa dela, não vale a pena. Pensa que, na verdade, a Perda é aquela prima chata que “atazana” o tempo todo, à espreita, quem ela mais admira...Adivinha? O Amor. Só tem medo dela quem ama. Portanto, talvez seja o caso de fazer as pazes com a Perda e aceitar que, se ela ronda por aí é porque, no fundo (e nem precisa ser tão no fundo assim), o Amor está muito, muito mais próximo de você. Afinal, quem ama, em algum momento, se pega pensando que o amor é tão grande que dói! Dói por medo de perdê-lo...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ANIVERSÁRIO DA FÊ SCALZILLI





























Como diz o Bial, "a voz do povo é a voz de Deus".Ou melhor, como cita o Bial, pois a origem da expressão - vox populi - remonta à antiga Grécia, quando Hermes (HERMES, não é o Hermès francês!) confuso, questionava o oráculo e de lá saía atento à primeira resposta dada por aguém que por ele passasse com a solução de seus problemas. Praticamente um oráculo tabajara... Assim, cá estão as fotos do aniversário da Fê.
Não postei todas, pois há imagens a serem preservadas. Além disso, vamos combinar que é bem melhor ficar vendo as fotos das fofuxas da Alice e da Valentine. Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrr (efeito sonoro para "vontade de amassar").
A festa estava tão boa que vim lá da minha tribo (vejam que deixei o cocar no carro - nenhum trocadilho com programa de índio, pelo contrário!) especialmente para participar. E valeu a pena, pois além de estar ótima, aprendi o significado de "cobre-leito" e a fazer drinque com calda de sorvete. Hummm...E também teve espetáculo em homenagem à "Ponte da Amizade". E isso que não tinha cachimbo da paz!
P.S.: Aliás, depois do ocorrido no aniversário do Tomás Machado, recentemente divulgado na mídia, o esquema de segurança da residência - conhecida como "a dos Caburé de Imbé"foi reforçado para evitar penestras, ou seja, o seleto grupo que aparece nas fotos foi todo convidado...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

VACAS FELIZES


Uma notícia me fez sorrir: as vacas que recebem carinho são mais felizes e, portanto, produzem mais leite. De fato, constatou-se que tais animais produzem leite mais nutritivo, com maior teor antioxidantes, vitaminas e ácidos gordos.
Essa notícia poderia interessar somente aos produtores de leite e derivados ou aos defensores dos bons tratos aos animais. Mas a necessidade de carinho da Mimosa (o estudo publicado, aliás, destaca que tratar a vaca pelo nome é muito benéfico) traz em si um dado verdadeiro e muito mais profundo: Se até as vacas reagem de forma positiva – e ativamente – a uma demonstração de afeto, que se dirá dos seres humanos?
A comparação lhe parece esdrúxula? Que nada! Talvez choque porque ela é tão óbvia que dói na alma de quem tem um mínimo de amor ao próximo.
O raciocínio é simples e até mesmo as melhores empresas já sabem: a pessoa feliz produz mais e melhor. Não por acaso, muito dinheiro é investido na qualidade de vida dos funcionários. O objetivo, no final das contas, é o mesmo do produtor de leite: o lucro. Sem conotação pejorativa, que fique bem claro. Ao contrário, há que se lembrar que é ele que faz o mundo girar, proporcionando a continuidade do ciclo de consumo e crescimento econômico que mantêm a existência de empregos (está aí a crise pra mostrar que a falta dele é ruim pra todo mundo. Até pras vacas, pode ter certeza.)
Não obstante isso, impressiona que algo tão evidente escape aos olhos do Poder Público, no que tange à qualificação, por assim dizer, de sua população, força de trabalho que constitui a pedra fundamental de seu funcionamento. Sequer tenho a pretensão de entrar no mérito do seu objetivo mais nobre e fundamental, que é regular e prover o seu povo. Limito-me apenas à falta de visão – senão do ponto de vista simplesmente humano e solidário, da perspectiva social e econômica - de que crianças instruídas, educadas, respeitadas tornar-se-ão adultos preparados para o mercado, técnica e emocionalmente, trazendo consequências positivas para qualquer área da sociedade ou, por que não assim dizer?, do grande “negócio” Público. Acompanhamos, contudo, nos últimos dias, reportagens sobre o comportamento dos alunos nas salas de aulas, da falta de respeito aos professores (e até mesmo ao próximo), expondo um panorama atual, mas triste, das mazelas de nossas crianças.
É evidente que a solução não é tão simples ou ingênua. Pior, inclui o difícil acesso aos lares e à educação dada a essas crianças antes e durante o período escolar. A questão, contudo, é inevitável: se há conseqüências quantitativamente apuráveis entre os resultados das vacas felizes e das vacas tristes, que resultados esperamos de crianças não têm o mínimo para uma vida digna, quanto menos atenção ou amor (veja, até as vacas gostam de ser chamadas pelo nome)? O leite da vaca nada mais é do que uma prova concreta de sua própria felicidade, ainda que irracional. Não por acaso, dize-se que os tempos de penúria são “de vacas magras”...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

FOTOS DE KRYPTON

Há uma semana eu dizia como estava feliz de ter ido pra praia, ficar com a família, curtir aquele lado completamente simplinho das férias - e, talvez por isso mesmo, desprovido de quaisquer expectativas, se consegue enxergar um brilho em certas coisas que, em outras circunstâncias, não veríamos. Ou talvez porque, descansados (lembre-se como é dura a rotina "acordar, comer, ir pra praia, comer, dormir, comer e dormir de novo, olha) e, portanto, menos estressados, consigamos perceber esses detalhes. Será? De qualquer forma, resolvi postar algumas cenas que me fizeram, no mínimo, sorrir. Só por isso já valeram.
SOBRINHO FOFO BOM DE BOLA:

Fefê se "auto-passeando": Fantástico

ABUNDÂNCIA DE BATATAS FRITAS EM PLENO ROD[IZIO DE PIZZAS (por favor, alguém me explique a necessidade de tanta comida em plena praia! Orgia gastronômica torrense)
CÉU DE FINAL DE TARDE:

TEXTO PUBLICADO NA REVISTA SOUTH STAR - ed. fevereiro/2009

MÃOS DE TESOURA

Por essa ninguém esperava, mas o ano acabou com uma notícia que, a meu ver, foi das mais positivas – mesmo com aquele clima de “nuvem negra” pós-crise: Pela primeira vez, desde 1971, o nosso estado do Rio Grande do Sul ajustou as contas e saiu do vermelho.
Gentéééém! Ninguém sabe como é difícil organizar as contas, cortar gastos, diminuir futilidades e fixar no objetivo único de sair do cheque especial? Ou eu sou a única brasileira viva que já passou por isso?
Vejam, opiniões políticas à parte é inquestionável o esforço pelo qual esse pessoal (no caso, “esse pessoal” é a equipe do governo mesmo) passou. Adotaram medidas antipáticas, mas alcançaram o resultado. Mais ou menos como comprar presentes mais simples no Natal porque, afinal, o seu orçamento ficou reduzido pela metade. Ou - dor das mais severas - negar o último lançamento para cuidados do cabelo porque, bem, o preço estouraria com os cálculos e recálculos que você fez pra sair do vermelho. É... quem falou que seria fácil?
Não sou economista, nem gestora de serviços públicos, mas imagino os secretários juntinhos, reunidos em frente a uma planilha de Excel, listando receita e gastos e fazendo contas (ok, convenhamos, cálculos bem mais complexos do que os meus. Mas, afinal, eles têm uma equipe pra isso, e eu sou apenas alguém que sempre detestou matemática, ou seja, minha missão pessoal também é árdua!)...
É verdade que há muita coisa por realizar, e eu espero, sinceramente, que seja esse também o sentimento do nosso governo. A sensação de insegurança nas ruas é péssima, há crianças em excesso nas sinaleiras – são tantas por aí que, convenhamos, já estamos quase acostumados (e isso é o mais triste). Ainda guardo mágoa de mim mesma por nunca ter saído pra rua e fazer “panelaços” e gritar por nossos direitos de cidadãos. Ou ninguém ficou perplexo com a reação dos gregos à morte de um rapaz por policiais, gerando dias e dias de protestos? Até que os gregos ficaram doidos de vez, porque continuaram protestando por tantos dias que, aposto, já nem lembravam mais pelo que lutavam.
O que importa, contudo,é que parece estar renascendo uma pontinha de esperança. Casa limpa, vida nova.
Aliás, 2009 já está aí e torço pra que seja um ano regido por muito poder feminino. Sexismo à parte, era hora de chegar mesmo uma mulher pra organizar a casa. Afinal, convenhamos, quem é que sempre deixa a toalha atirada pelo chão?

...

By the way, esse ano promete a redescoberta do jeito frugal de ser. Os antenados já devem ter sentindo, há algum tempo, uma tendência pela (re)valorização de um estilo de vida que prioriza tempo, paz, prazeres simples e verdadeiros. Matérias, entrevistas, opiniões vêm mostrando um desejo generalizado por facilidades como morar perto do local de trabalho, reunir-se com os amigos para degustar um vinho, poder passar alguns dias lendo na rede...

Pois então. Tanto falamos, em 2008, da crise, e não é que até isso tem um lado bom? O colapso na maior economia do mundo, ícone do capitalismo desenfreado, parece estar servindo como divisor de águas, acelerando (ou impondo?) uma reavaliação das prioridades. Será que foi-se o tempo do consumo enlouquecido, do desespero pelas marcas de luxo, da cobiça pelos bens materiais? Ui, ui, ui! Mas torço para que certas coisas sejam eternas, e que a Louis Vuiton vai continuar vendendo muito. Mas e as fakes? Hein? Ou será o contrário, e China Town, agora sim, é que vai bombar?

Seja você adepto do modelo europeu (gastando com arte, cultura e qualidade de vida) ou americano (vou poupar a explicação), junte-se a esta corrente de fé que torce pra que o dólar volte a despencar e nos permita comprar passagens a R$1,50!!! “Vem, vamos embora que esperar não é saber”, mande suas forças energéticas e amplie esta corrente do bem (do bem do turista, se é que ficou claro)

...

Aliás, você continua cumprindo as suas resoluções de ano-novo?...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

VOLTAR PARA KRYPTON É PRECISO


Com o tempo, a gente aprende que certas coisas são imprescindíveis para a nossa vida. Por mais independente que você seja, quando grande parte dela passa a ser dividida entre o seu homem e o seu emprego, você começa a sentir falta de algo mais...
Já é lugar-comum dizer que devemos dedicar um tempo a nós mesmas, se permitir um "carinho" (leia-se ir no cabelereiro, no esteticista, malhar o dia inteiro, vida de artista, hehehe). Mas tem algo ainda mais importante: Retornar às origens.
Hoje eu simplesmente PRECISO de um tempo com a MINHA família, com as MINHAS amigas, fazendo os MEUS programas no MEU tempo.
Veja, nada é mais eficaz que uma conversa de apenas 2 minutos com a minha mãe, ou um carinho das minhas irmãs (sempre seguido de alguma piada sarcástica sobre a própria desgraça) ou com o churrasquinho do meu pai. Isso é básico, sem isso eu não vivo. E a partir daí desenvolvemos a noção de que, pra se sentir inteiro, precisamos buscar retomar, às vezes, alguns caminhos que são nossos, mas dos quais desviamos, ocasionalmente, pelos mais diversos motivos. Sem problema, faz parte da vida experimentar rotas alternativas (graças a Deus!), mas também é importante sabermos sempre o caminho de volta pra casa - e por "casa"eu me refiro aos nossos portos-seguros.
Tenho sentido isso muito seguidamente com relação às minhas amigas, com as quais mantenho laços que, se Deus quiser, perdurarão até que nossas bundas despenquem (o que, espero, jamais ocorra, portanto). Elas são essenciais para a manutenção do meu humor e fazem parte da minha história de vida enquanto ser único e individual. Nosso vínculo só diz respeito a mim e a elas.
Esse sentimento se fortaleceu com a minha chegada em Torres, pra onde vim descansar e passar uns dias com os meus avós. Foi como voltar a Krypton e se energizar para mais um ano de combates heróicos e guerras insanas. É como se tivessem me ligado na tomada pra carregar a bateria, porque foi aqui que eu cresci, há belezas que só eu vejo, detalhes que só eu percebo.
Parece insistência essa coisa de repetir tanto "eu, eu, eu", mas o fato é que, se somos a soma de todas as experiências adquiridas durante a vida, devemos manter (ou, ao menos, retomar de vez em quando) aquilo que nos acrescentou algo positivo e nos tornou mais feliz. Não se pode ter medo (ou, pior, preguiça) de fazer o caminho de volta quando já se desbravou o mundo.
Por isso, sugiro que todos sempre guardem um pedacinho de pão para atirar pelo caminho. Mais cedo ou mais tarde, você vai precisar voltar pra casa e recarregar a bateria.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TODOS OS CÃES MERECEM O CÉU


Você já viu o filme infantil “Todos os cães merecem o céu”? Pois hoje foi inevitável, me peguei pensando nesse título. Perdemos nossa cachorrinha nessa madrugada. A Jade tinha 13 anos, morreu de velhinha. Meu pai – que nunca foi “cachorreiro”, mas passou a trazê-la pra dormir ao lado dele após ver “Marley e eu” – não pode deixar de lamentar: “Foi a melhor cachorra que tivemos...”

A perda nos faz refletir sobre um mundo de coisas, e lá voltei eu pro título do filme. Todos os cães merecem o céu? Não, nem todos. O quê??? Você deve estar pensando que eu sou uma desalmada, mas, veja bem, eu disse “nem todos”.

Sim, porque passei a acreditar que os bichos – ou melhor, os cachorros, especificamente (ou, especialmente eles) – têm índole. E, todo mundo sabe, índole pode ser boa ou pode ser má. É fato que, diferentemente dos seres humanos, os cães têm uma tendência muito maior em serem bons. Talvez seja mesmo a falta de sentimentos mais complexos e, por que não dizer?, mais maldosos. Eles têm aquele amor doce e incondicional por aquele que cuida dele. Eu nunca tive, vendo dessa perspectiva, um cão que fosse meu de verdade. Sempre foi a minha mãe que os cuidou, e eles todos, sem dúvida, a amavam incondicionalmente. Mas isso não é o mais espantoso, porque você pode até pensar que trata-se, no fundo, de gratidão. Que nada! O mais incrível é que esses cachorros todos que já passaram lá por casa também ME amavam incondicionalmente, logo eu, que nunca dei tanta bola assim...

A Jade nos esperou vir pra Torres pra morrer. A gente não tem dúvida disso. Ela chegou aqui há 5 dias, e a mãe me contou que ela andava eufórica, latia e corria e caçava gambás (ok, essa parte é meio bizarra, afinal, ela era um yorkshire) como há tempos não fazia. Foi aqui que ela teve seus bebês, era aqui o lugar onde ela mais feliz fora. Aí, anteontem, a minha irmã que está no exterior pediu, do nada, pra vê-la na tela do computador. No dia seguinte, arrastou-se pela casa, negando-se a sentar em qualquer canto (quase como se não quisesses se entregar) e nos esperou chegar. Um fiozinho de bicho, de tão fina. Aos poucos, ela foi se despedindo de todos.

Morreu na madrugada, velhinha, mas certamente de forma muito mais feliz que muita gente. Não acho injusto, tenho apenas pena de quem não possa ter tido a mesma vida feliz e o mesmo fim tranqüilo dela. São lições de vida que ficam e que também nos fazem sofrer. Mas se “o que não nos mata nos faz mais forte”, apendemos também com essas perdas, e não podemos deixar de querer amar não só uns aos outros, mas também a esses pequenos seres que tornam nossos dias ainda mais alegres.

SE algum dia tive dúvida, hoje não tenho mais: sou uma pessoa melhor porque sempre convivi com eles (e não só com a Cuca, a Funny, o Mickey, a Jade ou a Brigitte – o nossos cachorros, mas também com porquinhos da índia, coelhinhos, tartarugas, pintos, enfim...) e, portanto, pretendo fazer com que meu filhos (que ainda não tenho) também possam viver e aprender com esse ciclo da vida. Afinal, quase todos os cães merecem o céu.