quarta-feira, 8 de abril de 2009

PRINCESAS MODERNAS - CRÔNICA PUBLICADA NA REVISTA SOUTH STAR/MARÇO 2009


O casamento já estava marcado, mas ainda faltava pedir a minha mão, perguntar se EU queria.
Aí você me pergunta por que era necessário todo esse ritual, se sou tão moderninha? Primeiro, porque acredito em ritos de passagem. Segundo, porque sou uma romântica. No fundo, crer que princesas, quer dizer, mulheres não se importam com essas coisas é papo-furado.
Observe que o ato-falho de “falhado” não tem nada! Toda mulher, em algum momento da vida, sonha em ser encontrada pelo seu príncipe encantado (lembrem-se, nenhuma mocinha “caça” seu pretendente - ao menos jamais me leram essa historinha), ser por ele carregada em seu cavalo branco (ok, dados os problemas de trânsito, aceitamos até meios alternativos de transporte) e ser feliz para sempre. E ainda que você pense que “dessa água não beberei”, alguma coisinha lá no fundo ficou com sede, sim. Olhe ao redor: todo mundo quer estar com alguém especial.
E não são só as mulheres que precisam crer nessas idéias fantasiosas. Os homens também. Ninguém casaria se não tivesse, ao menos, uma fagulha de amor no coração e um lapso de expectativa de que aquela paixão é para sempre. É ou não? Diga que não, e vou concluir que metade da população casada é masoquista.
É fato que nem tudo são flores. Como diria o poeta , “a felicidade é uma pluma que o vento vai levando pelo ar...voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar”. Há momentos de crise, há momentos de bonança. Até a bolsa despencou e nem a inabalável América se mantém em lua-de-mel com sua economia.
É preciso esforço, sim, mas não há vitória sem sacrifício. Importa é não perder de vista o objetivo maior, que é, no final das contas, criar laços verdadeiros e fazer uma história pra chamar de sua. Ainda que o príncipe encantado, em alguns dias, esteja um pouco mal humorado. Mas ele será o seu príncipe rabugento, com seus defeitos e suas qualidades. Assim como você, aliás, que também tem seus dias de bruxa malvada.
Não tem problema. Se vocês estiverem em descompasso nesse dia (príncipe rabugento e bruxilda não costumam se entender), você atira as suas tranças pela janela e sai pra dar umas voltas. No cavalo branco dele mesmo. Ou no seu próprio carro. Afinal, quem tem mão pra dar, tem poder suficiente pra ser, também, dona do seu próprio nariz.

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