sábado, 25 de abril de 2009

MENS SANA IN CORPORE SANO


Depois de 53 dias, tomei uma decisão radical: cancelei meu contrato na academia. Isso, não adianta tentarem me demover, já estou decidida. Se a bunda cair, caiu. Paciência. Nunca achei que tivesse talento para Solange Frazão mesmo.
Não foi uma decisão fácil: os 30 estão chegando e, pra piorar, ando em CEPC (Crise Existencial Pré-Casamento). Largar a academia não significa que eu vire sedentária, pois tenho aula de dança 3 x por semana, a que me dedico com todo carinho. E aí, epa!, tocou o sinal amarelo: Por quê razão eu ainda deveria me OBRIGAR a ir levantar peso no final do dia – e, veja bem, estou falando de, inclusive, levantar peso estando de quatro (ai, Jesus!) – depois de já levar tanto “peso” nas costas ao longo de dias intensos de trabalho? Por que me impor mais este sacrifício diário, já que desnecessário e opcional?
É certo que nada é melhor que musculação pra dar aquele “up” no corpinho, eu admito (se alguém tiver outra tática, POR FAVOR me avise!), mas aí já vira uma questão de prioridade, e eu definitivamente prefiro ir “tapeando” do que gastar horas preciosas de leitura, de descanso, de conversa jogada fora com a família, enfim, fazendo qualquer outra coisa que me dê prazer. Não é opressora essa imposição só pelo corpo?
É que é tão bom descobrir, já adulta (e desiludida com os esportes, pois eu nunca fui boa em qualquer um deles) algo que você tem vontade de fazer todo-santo-dia, que te impõe desafios constantes e faz você ver como é possível aprender e dominar novas técnicas. O seu cérebro trabalha, pois a exige-se concentração, memória e a criação de todo um novo raciocínio para assimilar o novo. Você brilha de alegria.
Então, mulheres trabalhadoras e estressadas desse Brasil, que já passam horas batalhando por aí e ainda conseguem tempo pra passar cera na virilha (ui!, sacrifício mor pela vaidade feminina), passar os 14 cremes “básicos” por dia e ser intoxicadas só pra ter cabelos lisos (isso tudo já deveria ser sofrimento suficiente dedicado à beleza!), não seria tão bom se ao menos o exercício obrigatório – porque, sim, devemos praticar algo, pela saúde física e mental – não decorra de algo que se goste de verdade?
A bunda pode até não chegar ao nível do derriére da Sabrina Sato, mas a felicidade que você extravasa e o prazer de sentir-se bem e realizada certamente atraem muito mais coisas boas (e, bem, eu também não ganho salário pra ser gostosa).
Que fique claro: não estou fazendo apologia à barangagem! Mas, há que se ter limites quando o que está em jogo é a nosso próprio bem estar.
Não por acaso, já se diz desde Roma antiga: “Mens sana in corpore sano”. Não deveria ser isso o mais importante?

Um comentário:

  1. Uhuuuuuuuuul!!!!!!
    Amei! Amei esse post! Um dos meus preferidos!
    E se serve de consolo para todas as mulheres desse Brasil: eu estou na Europa e nem unhas consigo fazer! Mas estou super feliz!

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