"mentiras sinceras me interessam"

É por aí mesmo: às vezes, é preferível a mentira branca do que o balde de água fria de um olhar duvidoso quando já se está na porta pra sair.
Na boa, pra que impor tal carga (cruuuueeeel) a alguém? Pensa bem, nem todo mundo compreende que saia balonê é (ou melhor, meio que já era)o must novamente, ou que sapato de verniz vermelho é, sim chiquérrimo (falo porque tenho um e a-do-ro) ou que chapéu estilo cowboy é tudo ora se ir pra praia. Especialmente se esse alguém for...Ele! O Pai ou o Namorado.
O Pai não compreende, nunca vai compreender, que a filha fez crespos no cabelo lisinho porque "fecha melhor" com o estilo da roupa. Muito menos que a filhinha precisa de quilooooos de sombra preta esfumada pra fazer olhar de gata. Ou, pior, pra que essa saia tão curta? Mas a dúvida do Pai é sempre, ao menos, sincera. No fundo ele não entende mesmo, não é por mal.
Já o Namorado...Hum, aí depende do dia. A saia curta ou o decote da blusa pode virar foco imediato de interesse...ou de boicote! Tipo, "eu não tô nos meus dias, vou te dar trabalho também". Ou seja, a intençao - ainda que inconsciente - pode ser cruel, com sugestões murmuradas de que isso tá meio de mais (ou, no caso da saia, em geral é de menos), que chapéu pra ir no cinema não faz muito sentido, a saia parece cinto, que bota branca é coisa de pilantra, que essa coisa na cabeça é meio sem cabimento, etc. E a segurança aquela, a gente continua fingindo que tem mas, lá no fundo, a pulga começou a coçar um pouquinho. Malvado!...
POrtanto, depois de algumas experiências (vide relato do meu próprio pai em http://sobrevivendocom3filhas.blogspot.com), o negócio é o seguinte: Só desça a escada para a sua aparição triunfal quando todas as células do teu corpo tiverem certeza que estão gostando do que vêem no espelho, e o ego estiver lá em cima, já no limite daquela auto-estima quase prepotentezinha, com a convicção de que EU TÔ UM AR-RAAAAAAA-SO. Aí, minha filha, desça como uma rainha, pode até dar um girinho e te manda! Não pergunta nada pra ninguém (o raciocínio é: se eu achei legal, basta) porque o risco é sempre grande!...